SIG de Nova Andradina participa da ''Operação El Patrón'' deflagrada pela Defron em Maracaju

Ação cumpre 7 mandados de prisão e 9 de busca e apreensão

Da Redação


Equipe da SIG (Seção de Investigações Gerais) da Delegacia de Polícia Civil de Nova Andradina está empenhada, nesta sexta-feira, em apoio à Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira) que cumpre mandados de busca e apreensão em Maracaju, com o objetivo de chegar até os responsáveis pelo transporte da então, maior apreensão de drogas da história do Brasil ocorrido no dia 26 de agosto de 2020.


No âmbito da “Operação Narcos”, com apoio também do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), das Delegacias de Ponta Porã, Anaurilândia, Maracaju, Deleagro, Rio Brilhante, desencadeia a “Operação El Patrón” (O Patrão), cumprindo sete mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão em Maracaju, ademais do bloqueio/sequestro de cerca de R$ 15 milhões em bens pertencentes aos integrantes de organização criminosa voltada ao tráfico de drogas.

Onde tudo começou

Megacarga de maconha apreendida em agosto do ano passado - Foto: Arquivo/DOF/Divulgação

No dia 26 de agosto de 2020 o DOF realizou, até então, a maior apreensão de maconha efetivada no país, porquanto um caminhão que transportava 33 toneladas dessa substância foi interceptado em uma estrada vicinal que permeia o município de Maracaju.

Na ocasião foram presos em flagrante apenas dois indivíduos que atuavam como “batedores”, ou seja, os vigias da carga ilícita.

Dias depois, o motorista da carreta que transportava as 33 toneladas de maconha foi preso pela Defron no Estado de Mato Grosso, especificamente na cidade de Nova Mutum, local para onde empreendeu fuga.

Investigação

Diante desse quadro, há cerca de oito meses a Defron passou a realizar contínuas diligências visando identificar o proprietário da milionária carga de droga, bem como apontar todos os demais envolvidos na complexa trama e a logística por eles adotada.

 Apreensão durante a

Assim, veio à luz uma complexa e sofisticada estrutura montada com a específica finalidade de propiciar o envio de grandes cargas de maconha para diversos Estados do país, sendo os líderes da organização criminosa e associação para o tráfico baseados na cidade de Maracaju, onde atuam como empresários do ramo de transportes.

Dessa feita, trabalhos de campo desenvolvidos pelo Setor de Inteligência da Defron, com apoio da inteligência do DOF, apontou que o casal que chefiava a organização é proprietário de uma transportadora sediada na cidade de Maracaju, empresa que detém em sua frota várias carretas, além de que, para ocultar a propriedade de outras, simulava contratos de arrendamento ajustados com pessoas físicas e jurídicas utilizadas como “laranjas”.

Família do tráfico

Especificamente sobre a carreta que transportava as 33 toneladas apreendidas, a Defron identificou que esse bem foi adquirido pelo casal pouco mais de um mês antes de ser apreendida com a droga, tendo eles, para ocultar a propriedade, colocado o automóvel em nome do motorista que foi preso em Mato Grosso.

 Apreensão durante a

Também, apurou-se que o carro utilizado pelos dois batedores presos em flagrante, um Ford/Ka, também pertencia aos empresários, tendo eles, mais uma vez, utilizado um artifício para tentar ocultar a propriedade desse bem.

E não é só, restou descortinado que vários familiares do casal atuaram no caso das 33 toneladas, dentre eles o pai, o irmão e o primo do empresário líder do esquema criminoso, cada um desempenhando uma específica função.

Inclusive, esse empresário, tal como era de costume no transporte de outras cargas de maconha, durante todo o trajeto da carreta, que se encontrava carregada com a carga em um sítio de propriedade dele, localizado no município de Rio Brilhante, acompanhou em sua caminhonete a saída da propriedade rural e permaneceu nas proximidades, e mediante a utilização de radiocomunicador, ditando os comandos sobre a rota a ser seguida e demais assuntos.

Festa com prostituta

No transcorrer das investigações, além de sedimentado o proprietário das 33 toneladas de maconha, chamado por “El Patrón” pelos seus comparsas, sendo ele o marido da proprietária da transportadora, daí o nome da operação, apurou-se que neste ano, além de várias cargas menores, a organização criminosa investigada, foi exitosa em encaminhar para São Paulo 23 toneladas de maconha, o que foi motivo, inclusive, da realização de uma grande festa.

 Busca e apreensão durante a

Além de realizar a festa, os trabalhos trouxeram à luz que o líder da organização, empresário muito conhecido em Maracaju, como o ápice da comemoração pelo grande lucro advindo da entrega das 23 toneladas de maconha, contratou uma prostituta de luxo residente em São Paulo, pagando o valor de R$ 5 mil pela sua diária, não incluso nesse montante as despesas com a passagem aérea até Campo Grande, local onde se encontraram.

Comunicação

Também, identificou-se que dentre os membros da complexa e estruturada organização criminosa havia um especialista na instalação de radiocomunicadores de forma simulada, modo pelo qual era estabelecida a comunicação durante o transporte das cargas de maconha.

 Busca e apreensão durante a

Esse indivíduo, residente na cidade de Sidrolândia, é o proprietário de uma oficina mecânica naquela cidade e já possui passagem criminal decorrente da irregular instalação de radiocomunicadores, atividade que depende de autorização da Anatel.

Dado à expertise desse indivíduo residente em Sidrolândia na instalação desses equipamentos em muitos automóveis apreendidos em razão da traficância de drogas, mesmo sendo submetidos à perícia, não eram identificados os radiocomunicadores que eram instalados dentro dos painéis e para serem ativados necessitava-se da realização de múltiplos comandos, tal como o acionamento simultâneo das setas e do botão do ar condicionado.

Bloqueio de bens

Diante desse quadro foi deflagrada na manhã desta sexta-feira a “Operação El Patrón” (O Patrão), cumprindo sete mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão em Maracaju, e bloqueio/sequestro de cerca de R$ 15 milhões em bens pertencentes aos integrantes de organização criminosa voltada ao tráfico de drogas.

Dentre os bens sequestrados, ou seja, com apreensão/indisponibilidade judicial, encontram-se diversas carretas, automóveis e imóveis residenciais e comerciais, pertencentes aos integrantes da organização criminosa e outros em que figuram como proprietários “laranjas” desses indivíduos, além de bloqueadas várias contas bancárias.

Busca e apreensão durante a

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